quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Capítulo 2 - RW2





A banheira estava à minha espera e não demorei um segundo para enche-la e entrar com gosto na água quentinha. Meus músculos relaxaram e pude finalmente deixar toda aquela carga de nervosismo sair de mim. Eu havia matado aquele homem. Pensando no que ele fez comigo meses atrás, não parecia tão cruel. Mas pensando do jeito que meu tiro saiu, feio e muito torto, parecia a forma mais cruel de uma pessoa morrer.

Todos estavam eliminados. James havia providenciado uma forma de todos que me fizeram mal não conseguissem mais respirar e eu estava satisfeita com aquilo. Enquanto mexia com um hashi, que ficava ao lado da banheira, no sabão da água, pensava em como conversaria com James.

Depois da minha morte notei que ele estava bem mais sensível do que jamais foi, tanto que simples palavras minhas, pareciam feri-lo de forma irreparável. Ou ele estava manhoso, ou eu estava grossa demais. E quando fosse falar com ele, tinha que ser com todo controle e carinho possível. Parecia que tínhamos invertido os papeis e agora ele sofria o que a antiga Emma, a que chorava por estar apaixonada e o traficante safado dizer que sentia apenas pena dela, sofreu quando entrou nessa confusão toda de vida.

Soltei meu cabelo do rabo de cavalo e afundei meu corpo na banheira. Me levantei, esvaziei a banheira e limpei meu corpo e cabelo de todo o pó do caminho e de todo o ar pesado da casa daquele médico maldito. Sai e troquei de roupa, deixando o cabelo ainda húmido, sai do quarto. Já era por volta de 23:40 e consegui encontrar minha cerejinha acordada. Kayla realmente tinha um reloginho descontrolado na hora de dormir. Porém, quando menos esperávamos, a menina estava a dormir, como um passarinho.

_E cadê a cerejinha mais gostosa da tia Emma hein? – pergunto me aproximando e derreto quando ouço aquele gritinho agudo dela. Kay já está grandinha e engatinha pela casa toda, é um perigo a menina, e quando me viu, bateu palmas de forma tão linda que não resisti. Me joguei no chão ao lado dela para abraça-la.

_Chegou a tia babona estragadora de filhas. – disse Lyvia se aproximando com uma mamadeira com leite e morango. Sorri ainda agarrada a minha bebê que me apertava forte.

_Não é estragar. É dar o que ela merece. – corrijo.

_Todos aqueles brinquedos para crianças de 4 anos?

_Lyvia, amor, ela vai crescer.

_Nem me fale. Hoje ela disse papai e Kendall está todo exibido.

_Sim, ele me falou no aeroporto. Essa delicia tem que falar tia Emmy. – seguro ela na frente do meu rosto e mordo seu nariz pequenino. – fala tia Emmy amor. – ela permanece me olhando e puxa meu cabelo que caia sobre os olhos.

_Estou tentando fazer essa criança falar Ane já faz um tempo viu? – Ane aparece na sala com um potinho e uma colher na mão. Se senta ao nosso lado e vejo sua salada de frutas super. colorida.

_Dá, dá. – Kayla gritou se debatendo e saindo do meu colo, engatinhando até Ane que revirou os olhos.

_Essa menina tem um buraco escuro e aberto no lugar do estomago. – ri e me deitei no tapete.

_você vem comendo e não quer que ela peça?

_Ela nem pede, ela ordena que eu dê. Parece filha do James. Se esse cabelo fosse mais escuro eu teria minhas dúvidas. – ela disse, provocando Lyvia.

_Ela ia tomar mamadeira para dormir Ane.

_Não fui eu que ofereci. – diz dando uma colherada na boca da pequena, de joelhos ao lado dela.

_Cadê Vanessa? – pergunto.

_Foi para casa já.

_Vão dormir aqui? – pergunto a Lyvia.

_Sim. Kendall vai fazer alguma coisa hoje à noite e não quero dormir sozinha com ela.

_Ela pode deitar comigo? – peço quase fazendo biquinho. Eu adoro mais que tudo ficar coladinha com Kayla enquanto durmo. Ela é uma delícia de macia. Ela e o titio James que está de mal humor.

_Pode. Se ela chorar você leva ela para mim.

_Vai dormir sem seu homem? Não se resolveram? – Ane pergunta comendo e dando sua comida a uma criancinha faminta.

_É verdade. Ele chegou aqui furioso. O que houve?

_Emma mirou a arma na cara dele e disse “Se você fizer isso eu te mato” – ela apontou a colher para Lyvia, me imitando e Kayla deu um grito porque queria comer. – tá menina, relaxa aí.

_Emma! – Lyvia me repreende. Me viro e deito de bruços.

_Ele sabia que aquele era meu momento.

_Mas ameaçar ele? Você ficou maluca?

_Ele vivia me ameaçando. Aliás, ele fazia. Ele me bateu mais de uma vez.

_Não é momento para lembrar do passado Emma.

_Ah não? E quando é? Eu passei por aquilo e o perdoei, eu o amo incondicionalmente e tenho que lidar todos os dias com o fato de que ele me bateu de forma que eu tive que fugir. Ele fica de frescura agora porque eu apenas o ameacei?

Ela se calou e olhou para Kayla que comia quietinha a maça que Ane lhe deu na mão. Virei o rosto para o tapete e logo me levantei.

_Vou pegar os presentes da minha cerejinha. – digo correndo escada a cima. Chegando ao topo da escada, me deparei com James, sem camisa e de calça moletom. Os cabelos húmidos e os olhos tristes.

Subi o resto dos degraus com calma e parei a sua frente. Ele suspirou e abaixou a cabeça, me olhando em seguida. As possibilidades de ele ter escutado minhas reclamações eram enormes e eu não saberia o que dizer caso ele falasse algo.

_Vai deitar comigo?

_Vou. – digo apenas. Ele assente e passa por mim descendo as escadas. Me viro e vejo apenas suas costas lindas, suspiro e sigo para o quarto, onde sei que minhas coisas estarão. Pego minha mala com os presentes e vejo que minha bolsa de mão está aberta.

Me aproximo e vejo os cartões que Liam me dava, espalhados pelo chão. Na época em que namoramos, antes de ele surtar e tentar me encarcerar, ele me dava cartas e cartões lindos, os quais eu guardei e levava dentro da carteira por serem muito meigos e terem um significado importante para mim.

Recolhi todos, sabendo que foi James quem os espalhou e isso explicava por partes aquele olhar triste dele. Ele não dizia, mas parecia se sentir inseguro desde que eu voltei. Eu não entendia o porquê, já que não dava motivos para essas desconfianças, mas a mente de James é algo inalcançável para o ser humano.

Peguei a mala e desci. Cheguei na sala e Kayla estava sentada no colo de James, gritando sem parar com ele que segurava sua chupeta longe. Sorri e larguei a mala no chão. Ane correu e abriu a bolsa já procurando por suas coisas e logo encontrou o scarpin vermelho que ela queria.

_Ai amiga, obrigada! É lindo! – diz calçando os sapatos por cima das meias. Sorrio e olho para Lyvia que observa tudo com um sorriso e os cotovelos apoiados nos joelhos.

_Tem para você também Lih. – aponto a mala e ela me olha surpresa.

_É sério?

_sabe aquele vestido...? – ela abre um sorriso e corre em direção a mala.

_Emma poderia ser apelidada de papai Noel. – Ane diz desfilando pela sala com os sapatos novos. Kayla, já de chupeta, desceu do colo de James e foi seguindo Ane pela sala. Ela adorava seguir a Ane.

_Vem cá cerejinha, a tia trouxe um monte para você. – digo pegando a pequena no colo e a levando até a mala.

_Isso é tudo para ela? – Lyvia pergunta abismada.

_Pra quem mais seria? Olha essa touca. – mostro a touca de crochê com uma borboleta enorme do lado.

_Ai, que coisa linda Emma. – ela pega a touca e mete na cabeça da menina que a arrancou no mesmo instante. – volta aqui o Kendall, deixa eu colocar a touca. – ela disse puxando a menina pela perna quando a mesma tentou fugir. Arrastou a criança pelo tapete fofinho e a pegou no colo colocando a touca. Apenas rimos olhando a cena.

_Achei linda. Trouxe uma para você também. – mostro a touca do mesmo modelo, maior para Lyvia que ri e coloca também ficando igual a pequena.

_Só não digo que são iguais porque a cerejinha é loira. – James diz estendendo os braços. Kayla empurra a mãe que estava beijando-a e corre para James.

_Filha da mãe. – Lyvia murmura olhando a filha ir embora.

_Essa menina é linda demais.

_Quando vem o seu Emma? – Lyvia diz me fazendo olha-la surpresa.

_Não sei. – não sei se ele vem, penso. Já que James e eu não sabemos o que é camisinha a um bom tempo e nem sinal de bebê. Tenho vontade de chorar ao pensar que posso ser estéril.

_Vai ficar lindo um bebezinho de vocês dois. – Ane aponta sorrindo e tirando os sapatos.

_Já podem pensar no caso. – Lih diz depois de abrir um dos brinquedos que trouxe para Kayla.

Olho para James e sei que ele está pensando o mesmo que eu.

_Bom gente. Eu acho que já vou deitar. Estou cansada. – digo e vou até James pegar Kayla que está deitada no peito dele, quietinha.

_Deixa que eu subo com ela. Está quentinha. – diz se levantando devagar com a menina já adormecida no peito dele. Parece um passarinho mesmo essa Kayla.

Subimos as escadas depois de nos despedirmos e fomos para o quarto com Kayla. Arrumei a cama enquanto ele se mantinha calado segurando ela. Quando ele se deitou, cobriu Kayla que já ressonava e fechou os olhos.

Eu estava sentida, queria chorar e ele parecia não querer papo comigo. Mas mesmo assim me aproximei e o chamei.

_Que foi?

_Você pensou o mesmo que eu? – sussurrei em seu ouvido.

_O que? – ele abriu os olhos e virou o rosto para mim.

_Sobre um bebê. – ele suspira e balança a cabeça.

_Sim, eu pensei. – Bastou aquilo para lagrimas se acumularem em meus olhos e eu deitar em seu ombro para dormir, antes de chorar.


Acordei com o celular vibrando ao lado da minha cama. Tateei com as mãos até pega-lo. Me ergui um pouco e dei uma olhada, vendo uma mensagem de Liam:
Daqui a pouco estou aí. Espero que já tenha levantado. Até logo!
Gemi em reprovação e passei a mão pelo outro lado da cama, vazio. James e Kayla já haviam saído do quarto me deixando sozinha. Sentei relutante na cama, estava com um cansaço que não tinha nem explicação. Saí da cama e fui ao banheiro, tomei uma ducha rápida e coloquei um dos meus looks favoritos atuais, calça, blusa e sapato preto.

Desci as escadas ouvindo a voz de Ane, ela gritava incansavelmente com Kayla que dava gargalhadas na cara da tia, enquanto segurava firmemente seus cabelos.

_Lyvia, essa menina é impossível. – Berrou mais uma vez, largando Kayla no sofá. A neném a olhou e aos poucos foi dando força a um chorinho que começou suave.

_Tadinha da bebezinha da tia. – Digo me inclinando no sofá e beijando a testa de Kay. – Como minha cerejinha está?

_machucando a pobre da tia Ane. – Ane resmunga e se dirigi a cozinha, deixando Kayla inconsolável, chorando com um dedinho na boca.

_vem cá meu amor. Essa Ane é uma maluca. – Pego-a no colo, indo em direção a cozinha.

Lá estavam Lyvia, Kendall, Ane e Vanessa, todos sentados à mesa menos Lyvia, que chacoalhava a mamadeira da filha. Sentei Kayla na mesa e a mesma engatinhou até o pai.

_Bom dia Valentine. Como se sente? – Kendall perguntou. Fiquei em dúvida se sua pergunta se tratava de ontem á noite, ou era apenas uma pergunta educada.

_bem. – Digo sem pensar demais na pergunta. – Cadê os outros?

_James foi em um encontro com Charles e Ryan. – Vanessa responde pegando um pedaço de pão.

_mas de novo?

_parece que a sociedade é séria. – Kendall resmunga.

_foram os três?

_não. Logan sumiu desde ontem, por isso a Barbie está com esse mal humor. – Lyvia aponta para Ane, que ergue calmamente a mão e estira o dedo do meio para ela.

_me deixa em paz. Sua filha me tirou do sério.

_Ah Louise, conta outra. Isso é sim, porque o puto do Logan sumiu e provavelmente está fodendo alguma pobre coitada por aí. – Ela continua e Ane se levanta.

_foda-se. – ela resmunga e sai da cozinha, com a xicara na mão e um pires com bolo.

_já disse para não ficar fazendo graça com isso Lyvia. – Vane aponta a faca cheia de migalhas para Lih, que ergue as mãos.

_é a verdade. Quem sabe assim, ela não deixa de palhaçada e assume logo que está afim dele.

_acho que ela ainda gosta do Dustin. – Kendall diz.

_não, meu amor! – Lyvia exclama como se Kendall tivesse dito que o vírus HIV é a melhor coisa do mundo. – Dustin é um babaca. E isso é passado. Ela já gostava do Logan.

_Lyvia, não fala coisa que você não sabe. Ela amava o Dustin. – Digo me sentando e me servindo da salada de frutas.

_pode ser., mas a bola da vez agora é Logan.

_ainda estão cuidando da minha vida? – Ane gritou da sala. Ri e terminei de comer minha salada.

_Senhorita Valentine? – Mike me chamou, entrando na cozinha. Me virei prestando atenção nele. – Liam Bronks está aqui.

_mande ele entrar. – Sorrio e pulo da cadeira.

_O que ele faz aqui? – Kendall perguntou.

_veio me ver. – grito subindo as escadas para escovar os dentes. Quando volto, Liam está sentado no chão, amassando o terno caro com Kayla mordendo sua mão.

_olha ela aí. – Ane me aponta. Ele sorri e se levanta com Kayla no colo.

_minha menina. Que saudade. – Abre os braços me recebendo num abraço apertado e dolorido, já que Kayla grudou no meu cabelo e fez a festa com ele.

_essa menina acordou com fogo na periquita pequena dela. – Ane acusa pegando a menina do colo de Liam. Ele ri e acena para Kayla que o observa com os olhões azuis brilhando. Sim Kay, é fácil se apaixonar por Liam.

_Como você vai, minha querida?

_estamos todo elogios hoje hum?! O que lhe deixou assim?

_talvez seja porque tudo está dando perfeitamente certo para mim.

_tem mulher envolvida. – Concluo. Ele ri alto.

_Negócios indo otimamente, apenas.

_E quem é ela?

_Ora Emma, me deixa vai. – Ele diz mais informal. Sorrio e ele pega minha mão a pousando em seu colo. – Agora me diz o que está havendo com você e o manda chuva. Deviam estar comemorando. Los Angeles é finalmente dele.

_Sim. Acho que comemoramos bem já.

_Dois dias? Pensei que James fosse festejar uma semana inteira – ele ri.

_não estamos muito bem. – Digo, ele assente.

_pode contar.

_ontem foi o último. – Digo e ele assente, entendendo. – Fomos até lá e James foi fazer a típica banca de foda, e isso me irritou porque, - suspiro, reconhecendo finalmente, a quão ridícula fui - porque era meu momento.

_O que você fez?

_O ameacei. Parece que isso foi pior do que se eu desse mesmo um tiro nele.

_Ual. Emma! – Ele pareceu surpreso e soltou minha mão, escovando os cabelos para trás. Mordi a bochecha olhando para ele, esperando algum conselho ou bronca. – Mas eu o entendo. Isso não tem a ver com a ameaça Emmy.

_O que quer dizer?

_Ele está surpreso. Você mudou muito depois de... her...
_depois que eu morri? - Digo rindo. Ele suspira.

_quase isso.

_não dá para ser a mesma depois do que aconteceu Liam. Eu passei por coisas que...eu realmente não quero lembrar. – Ele assente.

_sim, sim, entendo. Mas, você acha que tem que descontar nele Emmy?

_não descontei. Eu só perdi o controle.

_conversou com ele?

_não tive chance ainda. James está me parecendo muito sensível.

_Ele está com saudade. Homem com saudade é essa desgraça mesmo. Os hormônios devem estar gritando e ele quer muito que a morena dele dê um jeito ali. – Dou risada e percebo que Liam me faz sentir leve e tranquila.

_será?

_vai por mim. Tenta dar um carinho nele hoje.

_acho que farei isso.

_E como vai a fama?

_no auge. Eu sou a primeira cantora a ressuscitar. – Ele ri e balança a cabeça.

_é realmente incrível. Imagino que deva ser ovacionada a cada instante.

_acho que sim. – Sorrio. – Eu queria sair.

_eu vou na Night Wild hoje à noite. Vim lhe chamar também.

_eu topo. – Vane entra na sala com Nala na corrente. Ela vê Liam e se agita toda, latindo alto e pulando.

_traz minha princesa aqui Vanessa. – Ele pede, Vane à solta e ela corre eufórica e pula em cima de Liam.

_Nala, se comporta. – Digo puxando seu corpo pesado para descer do colo dele.

_deixa minha princesa Emma. Não sou só seu. – Ele resmunga deixando ela cheirar ele todo. Nala é muito esperta, só sobe em homem bonito. Ela detestava o senhor que trabalhava na jardinagem. Contratamos outro agora, um rapaz mais novo, Dean, ela só falta gemer quando o vê chegando.

_James vai voltar tarde hoje? – Vane pergunta, quando vou responder, percebo que sua pergunta na verdade foi a Logan, que entra de óculos escuros e com Fox em seu encalço.

_Valentine! – Ele saúda de longe. – Hei Liam.

_Logan.

_E aí Vane. – Ele a abraça, todo empolgado e relaxado.

_James chega tarde hoje?

_não sou baba dele. De verdade.

_Idiota. – Vane resmunga e sai para os fundos novamente.

_quero conversa com você depois, putão. – Digo, ele me olha e abaixa os óculos. Vejo seus olhos vermelhos e tenho vontade de revirar os meus.

_você também Valentine? Por que todos vocês não vão transar e me deixam em paz?

_A solução para tudo é sexo, não é mesmo Henderson? – Liam diz. Ele sorri e bate na mão de Liam.

_é isso mesmo parceiro.

_vamos na NW hoje à noite.

_já estou dentro. – Ele diz e vai em direção ao escritório. – Vou verificar alguns negócios aqui.

_Ele está bem maluco.

_faz um tempo já. – Digo, dando de ombros.


*** ***  
Quando James chegou, estava terminando de me maquiar. Coloquei novamente minhas lentes e olhei para ele que estava encostado no batente da porta. Calado.

Me encostei na pia e foquei meus olhos nos dele. Ele desviou, descendo o olhar por meu corpo. Suspirei e senti meu corpo aquecer. Saudade não é mesmo Liam?

_O que você tem?

_Problemas, problemas e mais problemas. – Saudade não?

_me conta. – Peço e ele se aproxima. Seu cheiro me envolve, uma mistura de perfume caro, uísque e James.

_um deles é você.

_imaginei. Me conta?

_você está diferente demais Emma.

_eu acho que virei mulher. – Sussurro, ele se aproxima mais e me prende contra a pia.

_prefiro minha menina. – Ele lamenta, sorrio sarcástica.

_ela não está aqui. É pegar ou largar, gatão.

_eu pego. Um pouco sem jeito talvez. Nunca aprendi a lidar com mulheres fortes. Perigosas. Desaprendi a lidar com mulher depois que você chegou bebê.

_eu não sabia lidar com homens de verdade. Aprendi. Você aprende a lidar comigo também. Eu preciso de um tempo. Ainda está recente em mim. – Ele assente e se afasta, estende a mão. Pego e ele me puxa para um abraço.

_meu único alivio é saber que menina-Emma ou mulher-Emma, você sempre vai caber direitinho em meus braços.

_é porque eu sempre vou voltar para eles. Preciso do meu espaço certinho sempre.

_Ele vai estar para você. Enquanto você me quiser.

Fico em silencio e percebo que ele está realmente com problemas. Enquanto eu o quiser? Desde quando James me dá opção de escolha?

_eu te amo.

_também te amo. – Beijo seu peito e abraço sua cintura novamente.

Eu queria realmente uma distância dele, pois em alguns meses, perdemos toda aquela essência de casal e de romance. Tudo por conta dos meus demônios, dos demônios escondidos dele. Segredos. Malditos segredos, guardados a tantas chaves que acho que nem mesmo nós sabemos onde colocamos todas elas.

Mas devo reconhecer que com romance ou sem eu pertenço a esse homem e não tem outro lugar no mundo que eu queira para mim, se não os braços dele. Ele é sempre meu último pensamento, é sempre para ele que eu quero voltar. Eu o amo. Só preciso me acostumar novamente comigo, com ele e com esses mundos distintos. E ele, vai ter que aprender a lidar com a nova Emma. Com a Emma-mulher-perigosa. Se ele tiver paciência comigo, eu terei com ele.

Podemos voltar a ser o casal do ano novo não podemos?






║█║▌║█║▌║▌║▌█║ Run Wild -  2.0   

  





quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Capítulo 1 - RW2




_Trinta minutos para o pouso Emma.

_Tudo bem. – digo e suspiro vendo Abby se afastar. Ashley foi dispensada esse mês porque estava em lua de mel. Ela e Gase casaram-se pouco tempo depois de eu ter “ressuscitado”.
Ri balançando a cabeça me lembrando do episódio. Eu poderia ter imaginado tanta coisa na vida, menos ser supostamente morta e quase traficada.

Três meses depois de termos recebido aquele vídeo de Locki, eu entrei em turnê novamente. Já estava marcada desde o ano passado, porém com a minha morte tudo foi adiado; mas recuperado a tempo quando voltei. Ashey pediu para Drew adiar, porém eu não sentia necessidade de ficar parada. Estava viva e tinha que aproveitar, por isso, o nome do meu novo álbum é Carpe Diem e ele está ficando lindo; a participação da Nicki foi fabulosa.

E eu estava adorando passar um tempo longe de Los Angeles, de toda aquela criminalidade, de James...
Me sentia envergonhada, mas estava realmente feliz por poder ter ficado longe dele por um tempo. Só um pouco. James tentava agir de forma natural comigo, mas eu ainda não conseguia me acostumar com ele me tocando ou até mesmo com sua presença. A maldita da Halston deixou vários buracos não esclarecidos sobre James. Ela falava sobre ele, como se muita coisa estivesse encoberta. Fora aquela barata tonta da secretaria dele. Ainda detestava ficar perto de Ângela e aquela cara de anjo dela.

Minha vida não continuava a mesma, nunca mais seria a mesma. Comecei a frequentar um grupo de psicologia, apenas as estrelas problemáticas frequentavam o lugar; conversávamos todos juntos, e eu, individualmente com o doutor. O trauma de ter sido estuprada eu acho que nunca iria superar, porém já conseguia dormir melhor. Sempre que estava em Los Angeles, de folga, ia aos encontros com o Grupo e conversava com o doutor Billy.

Meu caso foi supostamente esquecido quando um vídeo de um papagaio cantando Hello da Adele estourou na internet, eu sou eternamente grata ao papagaio.

Os meses que fiquei em casa, recebi a visita de Liam, Vanellope sozinha, dizendo que havia separado do marido por um tempo e de Charles Somers, um dos amigos de Justin Bieber. Ele pareceu muito compadecido comigo, mas tinha quase toda certeza que veio atrás de negócios com James.

Minha mãe se sentou ao meu lado e sorriu, retribui e deitei minha cabeça em seu colo. Ela acarinhou meu cabelo por um tempo, até Abby voltar e pedir para colocarmos o sinto. O jatinho pousou e logo estava sendo retirada do mesmo com minha mãe. Vários fãs estavam em volta, com cartazes e gritos histéricos.

Senti o coração acelerar e, percebi que estava com saudade quando o avistei. Todo lindo de terno, com Ane ao lado e Ângela, me aproximei o mais rápido que pude e abracei seu corpo forte, com intensidade. Ele me abraçou me tirando do chão e enchendo meu pescoço de beijos.

_Estava morrendo sem você. – disse enquanto me apertava forte. Me desfiz do abraço e beijei sua boca, ouvindo os gritos histéricos em volta.

_Não fala de mortes. Não me recuperei ainda. – fiz graça, ele sorriu e me abraçou forte novamente.

_Eu também estava com saudades sabia? – Ane disse, sorri e larguei James indo abraça-la.

_Eu também estava. – ri. Angela me olhava com expectativa, sorrindo com aqueles olhões de boneca e os óculos maiores que ela.

_Como foi o voo? - James perguntou.

_Foi ótimo. Tudo tranquilo. – mamãe respondeu o abraçando.

_Trouxe algum presente? – Ane curiosa olhava dentro da minha bolsa, sorri.

_Estão na mala.

_Ah, que maravilha. – ela riu. Ane queria muito ter ido comigo para o Japão, porém eu disse que levaria apenas minha mãe, e ela ficou porque precisava fazer guarda vinte quatro horas em Logan. Os dois não se assumiram ainda, mas estavam ficando sério. Mais ou menos sério, já que Logan as vezes dava uma fugida deixando uma Ane maluca no meu ouvido, reclamando sem parar.

_Devem estar cansadas, vamos indo? – James pergunta me abraçando pelo ombro.

_Vamos, eu estou com uma fome. – minha mãe fala, Ane sorri e dá o braço a ela.

Chegamos a porta do aeroporto e comecei a pensar que talvez seria recebida com uma pequena festa, e já estava animada quando ouço uma voz me chamar, me viro para olhar e tudo fica preto.



_Emma, Emma... já chegamos, vamos! – ouço a voz de Abby e abro os olhos surpresa. Esfrego os olhos atordoada e olho em volta, penso em que momento exatamente eu caí no sono e imagino que foi no momento em que supostamente, minha mãe sentou ao meu lado. Nem perto de mim ela estava. Foi um sonho bobo.

Suspiro e jogo meus cabelos para frente, os prendo no alto num coque e vejo minhas roupas, pretas. Coloco os óculos escuros e pego minha bolsa de mão. Saio e vejo minha mãe do lado de fora, já entrando em um dos carros que nos levaria ao portão de embarque e saída do LAX.

Lembro-me que já são dez da noite de uma segunda-feira, dia que o LAX fica estranhamente “vazio” e minha volta foi encoberta da mídia por apenas um motivo.

Entramos no aeroporto que estava até que aquecido, comparado ao lado de fora. Como no sonho, avisto ao longe, James, Ane, Logan, Vanessa e Kendall. Todos vestidos como eu, de preto. Diferente do meu sonho, onde eu fui andando calmamente até James, eu corri. Mais do que imaginado – ou sonhado- estava morrendo de saudade.

_Hei, que saudade meu amor. – ele agarrou minha cintura e suspirei ao ouvir ele dizer aquele meu amor de forma tão linda. Ele estava visivelmente se esforçando para criamos novamente aquela intimidade.

_Eu também estava. Com muita saudade. – sorri e o beijei. Envolvi seu pescoço com os braços e senti sua língua cruzando com a minha. Matei toda a minha saudade naquele beijo gostoso e senti uma necessidade forte de ficar grudada ao corpo dele.

_Como foi a viagem? – Logan pergunta me abraçando. O abracei forte de volta.

_Foi tranquila, não via a hora de chegar. – disse enquanto era envolvida por Ane.

_Eu queria mesmo ter ido. – sorrio.

_Eu sei que sim. Trouxe presentes.

_Essa é minha garota. – ela ri. Abraço Vanessa que me cobra o perfume da Gucci que prometi, rindo. E em seguida, Kendall.

_Onde está Lyvia?

_Está com Kayla. Aquela menina não está dando sossego.

_Imagino, trouxe tanta coisa para ela. – sorrio. Ele revira os olhos, quando voltei, passei dois meses inteiros mimando Kayla. A garota estava cada vez mais linda com sete meses.

_Precisamos ir. – Vane avisa olhando o relógio. – Carlos disse que ele acabou de chegar.

_Então vamos. – digo dando minha bolsa para Abby.

_Aonde vai?- ela segura meu braço, lanço lhe um olhar repreendedor e empurro sua mão. Abby era até uma boa assistente, porém muito intrometida e achava que era minha mãe, minha dona. Não sei o que ela pensava.

_Tem coisas que você não precisa saber, querida Abby. – ela engole em seco, sorrio.

_Vai para casa? – minha mãe pergunta sendo agarrada por James. Ele está um amor com ela.

_Não, hoje a casa é sua, e de Collin. – sorriu. Ela me dá um tapa no braço, corada. A beijo e entrelaço meus dedos com os de James.

_Pronta?

_Para isso, com certeza.

Do lado de fora as motos estavam estacionadas, apenas acenei para Mike e Dimitri de longe e peguei o capacete com James, subi e logo os roncos dos motores fizeram um estrondo na frente do LAX, chamando a atenção de todos em volta. Aceleramos e entramos na estrada. Durante todo o caminho, senti meu corpo vibrar, estava ansiosa e nervosa. Queria chegar logo a casa daquele maldito.

Chegamos em frente a bela mansão, uma típica casa de médico.

_Qual o plano? – Ane pergunta, dando o capacete para Logan.

_Não tem plano. – eu respondo. Pego a máscara que Vanessa entrega e coloco no rosto. Cada um tinha uma expressão na máscara branca com o desenho de um crânio de uma caveira, preto, marcando os olhos, nariz e boca; Ane usava uma com um coração no lugar do nariz.

Todos juntos, caminhamos lado a lado até o portão da mansão. Os dois seguranças se ergueram ficando eretos, tentando nos acuar, todos pararam e James deu um passo à frente.

_Ou abre, ou morre. – ele levanta sua Glock dourada, os homens riem. James ri também, de um jeito estranho, um “há há há” estilo coringa.

Pego minha Taurus -com minhas iniciais- e aponto para os homens também, os demais pegam suas armas e Logan atira numa câmera de segurança. Os homens nos olham de olhos arregalados, Vanessa se aproxima e mira na testa de um deles, enfiando a mão na grade do portão. Sorrio lembrando-me de como ela ficou quando matou um homem e como está agora, apontando arma e perguntando se tem ou não medo de morrer.

_O que acham da vida? Gostam dela? Querem continuar com ela? – James pergunta e ambos se olham, o moreno rapidamente pega as chaves e abre o portão. Entramos e estendi a mão passando por eles.

_O celular e o rádio. – mando e eles obedecem passando tudo para a minha mão. - pronto? – pergunto para Logan e James.

_Dessa vez eu ganho. – Logan fala engatilhando a arma com silenciador, James riu e mirou para cima.

Joguei o primeiro celular e a bala de James o perfurou no meio, em seguida o rádio e Logan acertou, os outros dois aparelhos foram acertados por James, bem no meio.

_Terá que treinar muito se quiser vencer o rei do tiro ao alvo. – Ane diz cutucando Logan com a arma.

_Vocês, não viram nada. – digo aos seguranças assustados. Eles pareciam novinhos. Mike e Dimitri vendam os homens e enquanto eles os amarram, nós seguimos para a mansão. Olhei para cima e vi uma janela sendo fechada às pressas, ele sabia que tinha visitas.

_Ele viu, deve estar ligando para a polícia. – digo.

_Considerando a hora, e que a delegacia mais próxima fica a uns 100 km daqui, podemos ficar vinte minutos no máximo e sair numa boa.

_Mas são dez horas, deve estar tendo ronda. – Vane diz.

_Não nessa parte da cidade, eles rondam os bairros pobres a essa hora, para exigir o horário de silencio. Eles pensam realmente que os ricos não fazem suas merdas.

_Só preciso de cinco minutos, e uma bala. – digo caminhando firme em direção a porta de entrada.

Com um chute de James a porta foi ao chão, as dobradiças rangendo baixinho e a sala totalmente apagada. Entramos, meu salto fazendo barulho no chão de madeira.

_Ele mora sozinho. – Logan avisa, sorrio.

_Vamos brincar de caça. Quem achar primeiro, eu faço um bolo quando chegar em casa. – digo, todos fazem um “yeah” rindo. - mas não façam nada, ele é meu.

Subi as escadas atrás de James e com Kendall. O corredor todo estava vazio e silencioso, paramos e olhamos ao redor.

_Vou por ali. – Kendall aponta para o teto, onde tem uma portinha. Com um impulso de James, ele sobe.

_Quartos. –Caminhamos até o primeiro quarto, tinham três ao todo, e no segundo quarto, tinha uma espécie de santuário. Fotos, perfumes, roupas e joias de uma mulher, tudo bem organizado e limpo.

_Mulher dele. Morreu de leucemia. – James aponta. - olha esse anel. – ele pega, sorrio me aproximando.

_Eu não tenho um desse. – acuso e James o guarda no bolso.

_Agora tem. Vamos. – saio rindo do quarto e entramos no quarto do doutor. Olhei a decoração e achei de muito bom gosto.

_Não tem ninguém aqui. – James diz saindo do closet. Quando estou prestes a falar, ouço um grito alto vindo do lado de fora. Corro para a janela e vejo ele caído no chão, em seguida, Mike se aproxima e o ergue do chão.

_Não tem mesmo, olhe ele ali. – digo e destravo a arma. - vamos?

_Porra, você fica uma delícia assim. – rimos.

_Sem gracinhas bonitão, estou armada.

_Ah, eu também estou armado – rimos- e rendido por você. A única coisa que não se curva quando te vê, é meu pau, docinho.

Ergui minha máscara e a dele, o puxei pela camisa social que estava usando e o beijei. Quando separamos, sorrimos como dois maníacos que éramos e saímos do quarto juntos.

Chegamos na sala de estar e lá estava ele, deitado no chão, com Ane pisando em sua mão com o salto da bota, e todas as armas apontadas para ele.

_Olá doutor. – digo me curvando e olhando em seus olhos. Vejo sangue escorrer de sua coxa e sorrio.

_Quem são vocês? – ele pergunta gritando, Ane afundou mais o salto na mão dele, que gritou.

Levantei minha máscara e sorri. Ele arregalou os olhos.

_Você vê jornal certo? Não precisa se espantar, todos já sabem que eu estava viva. Aliás, você também sabia.

_Emma...

_Sim, você sabia. E mesmo assim, deixou minha família enterrar o corpo de uma prostituta em meu lugar. Você viu todos eles sofrendo, doutor Cássio Mars. – digo com ódio. Uma ânsia me sobe a garganta quando vejo sua urina molhar o tapete. – porco nojento.

_Você disse que precisava só de cinco minutos. – Kendall fala.

_Cala a boca, quero aproveitar esse momento. - digo.

_Você é uma bandida. Tinha que ter morrido mesmo.

_É verdade, mas para o seu azar, eu estou mais viva do que nunca. E a cada um, cada filho da puta que encobriu minha morte, que morre, eu me sinto mais viva. – digo o olhando. Ele fica assustado e imagino meu olhar de vaca louca para ele. Ainda uso as lentes, virou minha marca e é incrível como elas não escondem meu verdadeiro olhar e sim, o deixa mais evidente.

_Sua maluca.

_Tanto faz. Você se lembra, doutor, do que eu te disse? Naquele palco, quando você tentou tocar em mim. Você se lembra?

Balanço a arma e coço minha cabeça com ela. Ele olha tudo assustado, mijado, sangrando e morrendo de medo, uma visão linda para mim.

_Não lembra? Eu disse, que ia pisar.na.sua.cara. – digo pausadamente, erguendo o pé e pisando em seu rosto.

Ele gritou quando afundei o salto em sua bochecha pelancuda, todos olhavam para mim e não se moviam. Até mesmo James estava quieto. Eles sabiam que aquele era meu momento. O último da minha lista.

O cirurgião, o coveiro, todos os seguranças da casa onde fui mantida em cárcere. Todos eles, mortos. Agora a vez de Cássio Mars chegou.

_Eu te avisei, velho nojento. Eu disse que ia acabar com você. – ele não dizia nada, só chorava.

_Emma, olha a hora. - Logan avisa.

_Vamos acabar logo com isso. – James engatilhou a arma.

_Não faz nada. – digo e ele ri.

_Uma porra que não. - entro na frente dele.

_James!

_Deixa de palhaçada Emma. - apontei a minha para ele.

_Se você atirar nele, eu te mato. – pronuncio baixo. Aos poucos, ele abaixa a arma devagar e vejo minha mão tremer, segurando a arma. James me olhou magoado e saiu da sala com passos largos.

_Emma. – Ane me repreende.

_Ora, o que há com vocês? São mafiosos ou não? Vão ficar de frescura agora? – digo irritada mirando a arma em cada um deles.

_Para com essa palhaçada, acabe logo com isso. – ela diz.

_Você não manda em mim Louise! Você não manda!– digo, ela revira os olhos.

_Tá com medo? – ela desafia, abaixo a arma.

Era isso!

Todos os que estavam mortos, não tinham sido mortos por mim e sim, por James e os meninos. Eu estava assustada. Iria matar um homem que não fazia parte do tráfico nem nada. Era tão filho da puta quanto um, mas não era um, era um médico. E Eu estou com medo mesmo...

_Não tenho medo. –... mas ninguém precisa saber.

_Então anda logo.

_Quando eu quiser Ane! – grito.

_Anda com essa porra, a polícia tá vindo. – Logan gritou com raiva e eu atirei.

Os miolos do velho se espalharam pelo tapete, um buraco na cabeça. Sem vida, ele ia sangrando, aos poucos sujando meu salto.

Em choque, larguei a arma que bateu na mesa de centro e caiu no chão.

_Não é hora para isso. Vamos logo. – Ane pegou a arma do chão e me puxou. Fui arrastada até a parte de fora da mansão e me surpreendi quando vi os seguranças amarrados, perto das motos, que eram somente cinco.

_Cadê o James? – Vanessa perguntou.

_Esquece. Vem logo Emma. – Kendall me puxou para sua moto, com o capacete, e agarrada nele, saímos de perto da mansão, chegando rápido na pista e diminuindo a velocidade. Cada um foi para um lado, despistando e fechei os olhos encostando minha cabeça nas costas de Kendall.

Desaceleramos quando entramos na cidade, e então rapidamente estávamos em casa. A mansão estava mais bonita que nunca, não sabia se era decoração nova ou se estava mesmo com saudade daqui. Desci e avistei de longe a moto de James estacionada perto da pequena fonte de água, que Emma adorava brincar quando vinha aqui.

Entrei na casa e acenei para Dorothy, a nova governanta. Ela sorriu e veio até mim. Era uma mulher de trinta e oito anos, bonita e elegante. Ela também cozinhava e estava incrivelmente sempre penteada. Aprendi a fazer bolo com ela, já que minha mãe sempre me mimou demais.

_Emma, como foi a viajem? Vi o último show, estava lindo. – ela sorri.

_Obrigada Dory. Foi tudo tranquilo, só estou cansada.

_Farei um suquinho para você. – Dory parecia querer curar o câncer com sucos. Tudo que acontecia, ela fazia um suco. Sorri.

_James?

_Chegou e se trancou no terceiro andar.

_Tudo bem. Vou me trocar.

_Suas malas já estão desfeitas, já arrumei tudo.

_Você é simplesmente maravilhosa. – subi as escadas determinada a tomar um banho e me deitar, de James eu poderia cuidar depois.




║█║▌║█║▌║▌║▌█║ Run Wild -  2.0   

Saudade deles até eu estava. Espero que tenham gostado.