Cap. 10 II

Emma

"Sinto...sinto algo sim....PENA...."

Essa maldita frase ecoou durante toda a madrugada na minha mente. Estava doendo mais do que eu achei ser possível, porque eu estava apaixonada. Eu fui burra o bastante para cair na lábia gostosa daquele imbecil e me apaixonar.

Mas foi impossível não me render aquele sorriso, aquele corpo...aquele homen ! Depois de beijar o Logan descobri que não iria nunca sentir a mesma coisa que sinto quando beijo aqueles lábios macios do James.

Passei a noite entre lágrimas, soluços e tapas na cara que eu dava em mim mesma. Eu gosto dele, mas ele é daquele tipo infeliz de homem que não se importa. Que não se apaixona. Que talvez nunca possa amar de verdade, e isso me tirava por completo o chão.

Quando luz do sol invadiu meu quarto, meus olhos arderam por causa da claridade e minha cabeça doía muito. Ouvi uma gritaria infernal lá em baixo mas pouco me importei. Estava ocupada demais, ainda me recriminando.

Fui ao banheiro tomei um banho calmo relaxando todo meu corpo naquela agua quente. Após o banho, fui até o closet peguei um moletom cinza e um short preto. Um par de meias pretas e prendi o cabelo em um coque mal feito.

Fui descendo as escadas na maior calmaria do mundo. A gritaria ainda estava rolando, me deixando muito brava por que minha cabeça faltava explodir de tanta dor.

Continuei descendo até chegar na sala aonde me deparei com uma cena ridícula. Logan deitado no chão com Carlos sentado em cima dele imobilizando o mesmo que estava com um corte no canto dos lábios, o rosto vermelho, e um pequeno corte na sobrancelha. Do outro lado da sala James sendo segurado por Kendall, ele estava com a blusa rasgada, o olho roxo e um corte pequeno na testa. Fiquei durante um tempo parada olhado aquela ceninha patética. Se for pelo que eu estou pensando...

_Carmen, faz um chá quente pra mim, algo para eu comer e me arranja um comprimido para dor de cabeça por favor- peço depois de passar como um fantasma na sala e entrar na cozinha, me deparando com a mulher assustada, segurando uma colher de pau. Ela assentiu.

Voltei para a sala e apenas encarei os quatro. Estava me olhando atentamente e detestei estar ali mais uma vez. Queria mais que nunca a minha casa.

_Kendall, avisa a Carmen que é para ela levar meu café no meu quarto. Vou ficar por lá porque não aguente mais vocês. Obrigada- subi as escadas com a mão na cabeça, que parecia se rebelar e querer de qualquer forma minha atenção.

Me deitei por que a maldita dor não me deixava em paz. Alguns minutos e ouvi a porta sendo aberta, Carmen entrou deixando tudo na cômoda perto da cama e saiu. Me sentei peguei a bandeja com o meu chá, um bolo de chocolate um potinho com salada de frutas e o comprimido junto. Comi tudo e tomei o remédio na esperança de ter controle dos meus neurônios rapidamente.

Me deitei novamente e deixei os pensamentos me levarem a um universo que eu havia planejado. Eu realmente não me achava uma pessoa ruim, ao ponto de ser castigada daquela forma. Eu só estava procurando descanso depois de uma turnê que me tirou os sentidos de tão longa e cansativa e o que ganho? Essa merda toda.

Ao invés da vida perfeita que eu sonhei, eu vivo para o palco. Sou coagida a cada dia de que se eu largar essa vida, será um inferno completo. Não era isso que eu queria quando comecei a cantar.

Eu era uma menina, queria ser famosa. Gostava de cantar e sabia que o fazia muito bem. Minha mãe me incentivou, era para ser uma coisa boa para todo mundo, principalmente para mim. Mas as vezes eu realmente cansava de ter que ser aquele ícone perfeito na mídia, de não ter uma vida de verdade, nem na frente nem por trás das câmeras. E aquilo me atormentou mais. Me deu vontade de chorar, e antes disso acontecer e minha dor piorar, dormir mais um pouco.

A tarde, sem nada para fazer, fui até a academia da casa, com a mesma roupa que usava de manhã. A dor havia passado e me sentia melhor. Precisava me ocupar porque mente vazia é oficina de todos os demônios que temos por dentro.

_Emmy, tira o fone? Me deixa conversar com você bonequinha! - fingi não ter escutado Logan falar e continuei minha corrida na esteira, programada para trinta minutos.

_Emma, por favor, vai ser bem rápido, eu juro- ele subiu pela lateral da esteira quando o ignorei de novo e desligou a esteira. Fui diminuindo o passo, emburrada.

_Fala Logan, o que você quer ?-perguntei descendo da esteira e pegando minha toalha, indo até a mesinha pegar minha garrafa de água.

_Eu queria te pedir desculpa por ontem.

_Não precisa.

_Eu sai do controle, a verdade é que eu gosto muito de você Emmy ,e queria apenas ser correspondido.

Isso Logan, ferra mais com a minha vida colega! Agora me sinto culpada por amar um cara que não dá bola pra mim e não sentir nada pelo homem maravilhoso que é o Logan.

_Logan, eu gosto muito de você- um sorriso brotou no seu rosto, me senti pior ainda- mas, não dessa forma! Me desculpa mas, eu não estou com estrutura para relacionamentos depois de Jacob. – minto, ele abaixa a cabeça.

_Você gosta dele? James?

_Não. Não é isso Logan, eu realmente estou sem estrutura pra...

_É incrível, mulher gosta de se fazer de burra não é? Eu sei que eu seria muito melhor pra você do que o James, que apenas quer ter posse sobre você!- ele puxou o cabelo exasperado e fungou. Senti meus olhos molhando. - por que você prefere ele? O que ele tem que eu não tenho? Emma eu sei que posso te fazer feliz, eu me esforçaria para isso! Você acha mesmo que James vai abrir mão da vida dele para ficar com você?

_Você fala, mas é tão cruel quanto ele. Te neguei da forma mais amorosa que consegui e você joga toda a merda em cima de mim? Eu não disse em momento algum que gosto dele, eu disse que não quero me relacionar com ninguém. Mas você é tão amigo que não entende que eu ainda me sinto frágil por causa daquele porra do Jacob – Grito apontando o dedo para ele. Quando ele tenta se aproximar, jogo a água da garrafa em seu rosto, jogando a garrafa em seu peito depois.

_Não fiz por mal...

_Está querendo me ver chorar por bem?

_Quero ver você despertar.

_Sai daqui. Se você não me entende, não fala comigo. Sai daqui. – aponto para a porta com raiva.

Senti novamente aquele turbilhão de sentimentos batendo forte em meu peito. Suspirei e prendi as lagrimas para poder entrar na casa e me trancar naquela merda de quarto para reclamar um pouco mais da merda de vida que eu tenho.

James

Emma.

 Emma.

 Emma.

E minha lista de pensamentos se resumia a esse nome. Não conseguia de forma alguma tirar aquela mulher da minha cabeça. O que sinto por ela é atração, sexual principalmente, porque Emma tem um corpo lindo, cheio de curvas perfeitas, com seus seios fartos, cintura fina e aquela bunda incrível. Ela é linda, ela é perfeita. Me deixa fascinado. Foi a melhor foda que já tive em tempos e isso estava me deixando maluco.

Mas eu guardava um sentimento a três anos.  Jazmyn foi a única mulher que conseguiu me domar e foi por ela que eu jurei amor e me entreguei de verdade. Emma pode exigir o quanto for, ela nunca me terá da forma que Jazzy teve, porque ninguém é como ela e eu perdi a capacidade de me entregar quando a vida tirou minha mulher de mim. Por mais que eu tente não consigo esquece-la. Aquela mulher foi tudo pra mim.

Já tentei substituir Jazmyn com outras mulheres, mas não dá. Eu não consigo e não quero. Aquele James que se apaixona, que ama, que quer apenas uma mulher para a vida, morreu com Jazmyn.

À noite, depois de voltar da boate e guardar o dinheiro, fui até o porão verificar como estava a estadia do verme do Dylan. Entrei e estava tudo silencioso, ascendi as luzes e encontrei apenas os meus seguranças estirados no chão, as cordas que antes prendiam Dylan perto da cadeira aonde o mesmo estava e era pra estar até agora! Me aproximei e meus seguranças estavam no meio de uma poça do próprio sangue. Em cima da cadeira um papel pequeno. Me aproximei e o peguei.

"Como se sente agora? Bem? Não importa. Já deve ter notado que não é qualquer um que pode me prender não é mesmo? Na próxima, confirme se os que estão a sua volta são de confiança. E só queria avisar que seus dias estão contados, seu e o da vadia da Emma. Diga minha querida estrela do pop, que ela vai me pagar caro por ter me traído daquela forma. Me arrependo de não ter comido ela quando tive a oportunidade! "

Merda, merda, porra!

_Kendall, KENDALL- gritei assim que entrei em casa soltando fogo pelas narinas.

_Que foi? Já vai encher meu saco? Eu durmo também sabia?

_Vai dormir na sua casa. Estou me lixando pro seu sono, é pelo fato de todos estarem dormindo que Dylan fugiu.

_É o que? – ele se senta no sofá com uma rapidez invejável e arregala os olhos.

_É, acordou? Dylan fugiu, bem de baixo dos nossos narizes e ele tem ajuda. Tem alguém no nosso meio que não é tão amigo quanto pensamos. Esse alguém ajudou ele a sair de lá sem suspeitas.

Esse cara é muito esperto... esperto como um nerd imbecil que eu conheço e que é muito próximo de nós.

_O que está esperando. Vamos começar a busca por esse filho da puta. – ele pula do sofá e ouço um gemido baixo. Me inclino e vejo Carlos deitado no tapete. Kendall provavelmente o pisoteou quando levantou.

_Levanta Carlos. Temos um traidor.

_Foi o Kendall. Eu falei para ele deixar seu Jack em paz, mas ele disse que estava com sede. – ele aponta para Kendall, de olhos arregalados.

_Meu Jack? – olho para Kendall com raiva.

_Olha o traidor James. É mais importante no momento. Vamos procurar e ver se não encontramos Dylan ainda próximo daqui.

_Três homens mortos no porão.

_Pede ao Josh para limpar.